Onde está e aonde vai o artesanato?

Onde está e aonde vai, ou ainda, em que “lugar” social se encontra o artesão e o artesanato e qual o futuro desse par indissociável? Dê uma olhada na figura abaixo, ela foi extraída de um trabalho pedagógico relacionado ao estudo da Inclusão e Educação Especial, perceba as relações a que todos nós estamos sujeitos o tempo todo, e veja que elas não se aplicam tão somente a pessoas especiais. Aliás todos somos especiais, pois todos somos diferentes...

O artesanato foi no passado, o motor do comércio, perdeu sua posição para a fábrica, mas nunca perdeu seu brilho. Tornou-se hobby de “madames”, ocupação para os desocupados, ganhou a fama de complementar a renda familiar e ainda compete com as artes, como se elas fossem um outro ramo de expressão humana! Aparece ligado às feiras, reproduz o burgo (local fortificado onde aconteciam feiras medievais) do passado e ainda assim, nas megafeiras internacionais promovidas nas grandes cidades, possui um status de trabalho marginal. Será?

Será que é aí que encontramos o artesão e o seu artesanato hoje?
Diria que já foi um excluído, mas ainda encontra barreiras, um bom exemplo é o artesanato feito com “lixo”, outro é o artesão “hippie” e seus trabalhos despojados, porém não menos artesanais.

Especial ele é, pois todos o somos pelo conceito da diferença. Um cadeirante não deixa de ser um ser humano, deixa? Talvez suas limitações sejam apenas mais severas, mas o “mau-humorado” também não tem os seus limites? O artesão é tão profissional quanto o médico, o artesanato é tão “vivo” quanto a advocacia. O que acontece é que não aceitamos as diferenças como normais, apenas elegemos os normais. E é claro, os especiais ...

Então devemos “incluir” o artesão no meio social (supõe-se que ele está excluído), como numa aceitação do seu papel como profissional e definir o artesanato como um meio de sobrevivência legalizado? Ele já é! Logo, está incluído, talvez ele mesmo ainda não perceba ou não tenha segurança de sua importância. De fato, sabemos que muitos ainda enxergam “diferenças” entre o artesão e suas obras e uma “profissão de carreira”. É uma questão de escolha, não de julgamento. A diferença precisa ser aceita, caso contrário não há integração.

Em todo canto social há a problemática da diferença. Ela é criada e gerida pelo próprio ser humano. Não há, de fato, se não nos preconceitos, uma única verdade. Para nós artesãos não é diferente, o homem vem construindo uma sociedade desigual repleta de “diferentes”, mas que ao mesmo tempo, se integra por todos os lados, inevitavelmente.

Para aonde vai o artesanato? Decida você! Vamos continuar fragmentando a realidade de todos na realidade de cada um de nós ou vamos nos integrar?

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